UEFS: Ações afirmativas são tema de palestra no Novembro Negro

Ações afirmativas são tema de palestra no Novembro Negro da Uefs

imagem: Ações afirmativas são tema de palestra no Novembro Negro

Como parte da programação do Novembro Negro da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), foi realizada na tarde desta quarta-feira (16) a palestra “Ações afirmativas na esfera pública/ cotas raciais e concurso público”. As discussões ocorreram no auditório 4, módulo 6, com a presença de alunos e servidores da Uefs. O objetivo do encontro foi propor debates sobre políticas públicas de reparação, cotas raciais, promoção da equidade e acesso e permanência na universidade.

O encontro foi organizado pela Coordenação de Políticas Afirmativas da Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis e pelo Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas. Participaram das discussões os professores Otto Agra Figueiredo (Uefs), Samuel Santana Vida (Ufba) e Magno Macambira (Uefs), além do procurador Ailton Cardozo Júnior (PGE-Bahia). A mesa foi mediada pelo estudante Matheus Lima, do curso de Direito.

O professor Otto Agra falou, por exemplo, que é preciso pensar em um estado de bem-estar sociorracial e nas particularidades brasileiras. “Nós temos uma exclusão racial. que é profunda e que precisa ser pensada para a nossa realidade. A gente precisa pensar as ações afirmativas dentro de um contexto racial brasileiro. No Brasil, com desigualdades raciais tão abissais, estatisticamente provadas, as ações afirmativas são mais do que justificáveis dentro de um modelo de estado que se quer democrático”, afirmou.

Para o docente da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e Secretário-executivo do Afro-Gabinete de Articulação Institucional e Jurídica (Aganju), Samuel Santana Vida, é preciso também discutir o conceito de racismo. “O racismo é um fenômeno político que se expressa em todas as dimensões da vida social, da vida institucional e da vida jurídica. O debate fundador da juridicidade moderna é um debate sobre a guerra justa o que me permite, o que me autoriza judicialmente e politicamente a escravizar o resistente. Nesta dimensão, o racismo tem que ser entendido como fenômeno instituinte, dinâmico, que se reelabora”, destacou.

A pró-reitora de Políticas Afirmativas da Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis da Uefs, Sandra Nívea Soares, destacou a importância do debate proposto na mesa desta quarta-feira e falou sobre a necessidade de avanço nas discussões sobre ações afirmativas. “Eu considero que do ponto de vista normativo a Uefs tem avançado bastante. Nós conseguimos enraizar as ações afirmativas na universidade, na pós-graduação, nas bolsas de extensão, nas bolsas de pesquisa, nas bolsas de monitoria. É preciso um investimento muito maior na construção de uma universidade afirmativa porque uma política ela não se consolida por si só, mas passa também pela construção de uma cultura afirmativa dentro da universidade”.

Também estiveram presentes no evento a ex-vice-reitora da Uefs, professora Norma Lúcia Fernandes, e as pró-reitoras de Graduação, Silvia Passos, e de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas, Aretusa Lima. O Novembro Negro da Uefs segue com diversas atividades até o final do mês. A programação completa está disponível no endereço http://www.propaae.uefs.br/2022/11/664/4a-Edicao-do-Novembro-Negro-da-UEFS-2022.html. 

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